O Anhembi começou a ser concebido em meados da década de 1960, quando, após anos realizando feiras de negócios no Pavilhão Internacional do Ibirapuera, no Parque Ibirapuera, Caio de Alcântara Machado (1926-2003) constatou que esse local já estava pequeno para o futuro promissor de feiras e eventos em São Paulo, e começou a idealizar um novo espaço.
Com a intenção de construir um grande polo de exposições em São Paulo, Caio a procura de terrenos da Cidade por um pequeno avião, descobriu um terreno ao lado de seus pousos e decolagens, o campo de marte.
Em sua primeira conversa com o prefeito Prestes Maia, foi orientado a desistir pois o terreno já estava destinado a Santa Casa e era alvo para construção de um “Maracanã” em São Paulo.
Mesmo desestimulado, Caio retornou em nova audiência e explanou sobre a importância para a Cidade de um centro de exposições, convenções e grandes eventos. O prefeito então se convenceu e apoiou a construção do Anhembi.
O sucessor de Prestes Maia na prefeitura, Faria Lima (1909-1969), autorizou o empreendimento em 1967 e, através de lei municipal, cedeu a área, em comodato, por 90 anos à CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, que por sua vez delegou à construção à Alcântara Machado S/A Comércio e Empreendimentos.
Nascia assim, o Centro Interamericano de Feiras, cuja pedra fundamental foi lançada em julho de 1968 e sua construção iniciada em fevereiro/março com finalização em outubro de 1970.
Inaugurado em 1970, ele nasceu com o propósito de ser o maior centro de eventos da América Latina. O empreendimento visionário foi concebido como um complexo integrado, incluindo pavilhão de exposição, palácio de convenções e hotel internacional.
Uma década de uma nova realidade brasileira com a promulgação da Constituição de 1988 que refletiu também nos eventos que aconteciam na época, como shows, feiras e apresentações artísticas.
Na década de 1990, o complexo ganha mais um importante equipamento, o Sambódromo, abrindo uma nova era pro entretenimento com os desfiles de carnaval e grandes shows.
Com os avanços tecnológicos e econômicos da década foi notório as transformações positivas nos eventos brasileiros com grandes feiras de negócios, importantes congressos e festivais musicais.
Uma década dos esportes com copa do mundo e olimpíadas em território brasileiro e a consolidação de toda versatilidade do complexo para eventos de grande porte internacional.
O projeto do Pavilhão de Exposições, criado e tocado por Jorge Wilheim, tinha um grande desafio de estrutura: 67 mil m² de metal deveriam ser erguidos a 13 metros de altura.
No dia 13 de dezembro de 1969, os trabalhadores estavam posicionados estrategicamente conforme a disposição dos 25 guindastes no terreno do Anhembi. Cada guindaste contava com um sistema de manivela, que deveria ser girada de forma sincronizada para que a estrutura subisse uniformemente. Um palco foi montado, armado de microfone, megafone e um pequeno sanitário próximo, tudo isso para ajudar no içamento, que levou cerca de 8 horas para ser concluído.
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Antes de concretizar o projeto do Anhembi, o idealizador do complexo, Caio de Alcântara Machado, costumava repetir a frase “Um dia vai dar jacaré”.
Anos depois do sucesso do espaço e da realização de grandes eventos, o animal tornou-se símbolo da conquista e ele começou a receber lembranças de jacaré, que hoje compõem uma grande coleção de objetos, quadros e utensílios domésticos.
O formato do troféu do prêmio Caio, entregue anualmente aos melhores profissionais e empresas de eventos, foi inspirado nessa história.
O Anhembi apareceu no Guinness Book (edição de 1979) como o maior centro de exposições do Brasil.
O Pavilhão também foi reconhecido como a maior cobertura do mundo com vão livre.
O cartunista Maurício de Souza, criador da Turma da Mônica, cogitou a compra de áreas do Anhembi para a construção do Parque da Mônica, antes de o parque temático ser construído no Shopping Eldorado, em 1993.
A ideia do desenhista era completar o espaço de exposições e feiras com uma área destinada às crianças, que poderia trazer novos ares à região. O projeto foi levado à Prefeitura e chegou a passar por licitação, mas no fim do processo Maurício desistiu da compra do lugar, hoje ocupado pelo Sambódromo.
Sob a nova gestão, o Anhembi se prepara rumo à modernização. O Complexo voltará a ser um dos principais motores para a economia de São Paulo, estimando movimentar cerca de R$ 5 bilhões.
O Distrito Anhembi é uma oportunidade histórica para São Paulo reforçar seu protagonismo como uma das metrópoles mais atraentes do mundo para o mercado de congressos, feiras e entretenimento.